Já era tarde, pelo menos mais tarde do que é habitual. São nove e meia da manhã, não costumo estar na cama até estas horas. Mas por vezes sabe tão bem! Não me levanto logo, é domingo caramba! A Didi ainda está a dormir, hoje tem com ela uma colega, passaram o fim de semana juntas. O tempo convida a sair de casa. Desafio as miúdas e lá vamos nós, mas com calma. Se já é preciso paciência para esperar por uma adolescente imaginem duas.
Finalmente saímos à rua, o relógio aponta as 11:30. Até à primeira paragem é um saltinho - Rio Maior e a sua Pastelaria Bellarius - desculpem a redundância mas os mil folhas são qualquer coisa de extraordinário.
Baterias recarregadas e fomos até às Salinas de Rio Maior, um fenómeno natural que permite que água, sete vezes mais salobra que o mar, venha à superfície.
Como não podia deixar de ser, o souvenir foi sal. Compramos um pacote de sal seco e outro com especiarias, que nos garantiram não querer outra coisa quando o experimentássemos no queijo fresco.
O cheiro a assado debitado pelas chaminés dos restaurantes convidava ao almoço, mas com muita pena nossa tínhamos acabado de comer. Ali tive a minha primeira experiência de geocaching, uma autêntica caça ao tesouro de objectos que são meticulosamente guardados em locais estratégicos.
Descobri esta actividade por meio da colega da Didi, que já faz isto com o pai faz algum tempo. Consiste em seguir as coordenadas de geo pontos que encontramos em algumas aplicações de gps próprias desta actividade.
Esta aventura teve outro sabor quando o senhor Daniel. O responsável do gabinete de informações do centro de btt da Pia do Urso decidiu acompanhar-nos e fazer um roteiro por alguns geo pontos e pelo percurso sensorial da aldeia. Uma pessoa magnífica o senhor Daniel. Tornou aquela manhã mágica ao levar-nos a um destes tesouros escondido no interior de uma gruta que se encontra camuflada pela vegetação circundante.
Senti-me um autêntico Indiana Jones em busca de caixas de plástico com blocos de notas no interior.
Acabada a aventura sentia uma sensação de fartura emocional. Mas esta não enche barriga e estava na hora de procurar um lugar onde comer.
Também nisto a Pia do Urso merece a visita.Com os ponteiros do relógio a tocar as quatro da tarde um restaurante não seria a melhor opção. Encontramos bem instalado no meio da aldeia a Petiscaria Palheiro do Requêto. Num ambiente agradável e descontraído, aquecido por uma lareira que casava bem com a sala, comemos um prego com uma carne tão macia que se cortava sem esforço. Bom comer, bom beber, boa gente. Quando assim é a arte da degustação ganha outra vida.
Bom passeio, bom roteiro, bom domingo.
Porque viver é a melhor vida que há, não deixem de se aventurar portas fora. Sejam aventureiros, sejam exploradores, sejam felizes.
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