quinta-feira, 29 de junho de 2017

40 anos - uma vida que vai outra que vem.


Eles chegaram, sem pompa nem circunstância.
 Foi só mais um dia, como outro dia qualquer, que trouxe a transição que nos avisa que estamos algures no meio da vida que conhecemos.
 Foi a chegada dos 40 mais pacífica de que há memória, sem festa nem glamour, sem loucuras que assinalem a conclusão de metade do percurso.
 A entrada oficial nos entas veio finalmente e com ela a sensação de que esta metade passou a voar. Mas, sem nostalgias, porque o que lá vai lá vai e o que interessa é que tenha sido bem vivido, a verdade é que há uma vida pela frente que merece o melhor de nós a cada dia que passa, não como se fosse o último, mas com a certeza de que o fiz da melhor maneira possível. 
 Sei que não fiz tudo bem e que daqui para a frente também não o vou fazer. Se assim fosse seria encarcerado num laboratório qualquer para servir de estudo aos cientistas sedentos de novos fenómenos. Mas como assim não é, vou continuar a errar como o mais comum dos mortais, mas a viver a vida como quem mais o quer fazer.
 Eu amo viver, com todos os sabores e disabores que ela trás. Sim, porque viver não é só coisas boas, viver não é só primavera ou verão, viver não é só campos em flor nem linho do oriente.
  Mas viver é tudo com o que somos contemplados e amargos de boca também. Viver é também outono e inverno, é espinhos e cardos e Lycra da feira de Sacavém.
 Mas o segredo está no equilíbrio entre a satisfação e a desilusão, entre o bem e o mal, entre o dia e a noite.
 Ao fim de 4 décadas chego à conclusão que este equilíbrio tem existido.
E é por isso que chego a esta fase com a certeza de que também ela tem direito ao seu momento e ao seu tão bem que sabe.
 As experiências vividas trazem maturidade e um estar na vida com outra maneira de ver, sentir e digerir o que nos apresentam. Sinto mais vontade de viver que nunca, os 40 anos trazem vontade de mostrar do que sou capaz. Mas antes de provar o que quer que seja a quem quer que seja, tenho de provar a mim mesmo do que sou capaz. 
 Chego à conclusão que os entas não assinalam o fim de nada mas sim o início de uma era.
 Com vinte, quarenta ou oitenta apreendam a viver cada fase da vida, não antecipem nem adiem nada. Vivam cada momento no seu devido momento mas vivam com todo o vosso ser.
Vivam, porque viver é a melhor vida que há.

1 comentário:

  1. Amigo,posso fazer minhas as tuas palavras?
    Se bem que já vou para os 'entas' e quatro.
    Pedro Santos
    Grande abraço.

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