Uma manhã com amigos a brincar aos ciclistas.
90 quilómetros de pura diversão e algumas dores à mistura.
A folia ainda ficou melhor quando o vento ajudou. De princípio, tivemos de lutar com ele cara a cara, até que por fim, decidimos virar-lhe as costas. Não gostamos de brigas de bairro.
Pelo meio, a tradicional paragem nas casa das queijadas do Porto Alto. Foi assim reforçada a energia pela força de um café e dos hidratos de uma queijada de ananás. Tão boa, tão fresca, tão.......Ok! Sou um guloso! Mas que vivência seria esta sem uma guloseima de quando em vez?
Daí para à frente foram 40 quilómetros por uma paisagem rica em sobreiros e touros bravos. Já quase no fim desta etapa, o meu corpo já só ouvia uma voz tipo aquela no interior do comboio a dizer: próxima paragem: Pastelaria Forno de Samora Correia. O que é que querem? O tempo frio e o céu quase a desabar sobre nós! Tive de buscar consolo num pampilho salpicado com palitos de amêndoa. Vá, atirem a primeira pedra!
De volta à estrada, a brincadeira ganhou contornos mais interessantes quando, vindo directamente das comportas do céu, caiu o Carmo e a Trindade sobre nós (mesmo de propósito, depois do último post).
Quando chegamos a casa, estávamos tão cansados e molhados que mais parecia que tínhamos ido praticar mergulho em apneia.
Apesar de todos estes desafios, o maior deles continuam a ser os automobilistas mais temperamentais que teimam em testar as artes circenses dos ciclistas e fazem razias dignas do último filme do Jason Bourne.
Eu sei que os ciclistas são uns chatos. Esses bandidos obrigam-nos ao esforço megalómano de ter que carregar no pedal da embreagem e do travão para reduzir a velocidade. Como se isso não bastasse, temos de queimar uma pipa de calorias para colocar a nossa confortável viatura na velocidade de cruzeiro outra vez. Que ultraje!
Vá lá pessoal! Vamos lá ser um pouco mais condescendentes com esses malandros das bicicletas. É verdade que também fazem diabruras na estrada. Mas a verdade é que, enquanto automobilistas, conduzimos um veículo com mais de uma tonelada, que ao embater numa bicicleta com pouco mais de 7 quilos, parece um comboio a varrer um Mini de 1979. Quanto aos erros dos outros, lembrem-se que não somos nenhuns justiceiros para condenar a uma vida numa cadeira de rodas ou até mesmo à morte o criminoso que nos empata o percurso.
Brinca e deixa brincar. Vive e deixa viver, relaxa.
Boa viagem!
Nota: obrigado ao Paulo e ao Miguel pela boa companhia desta manhã.
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