quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

2016 - um ano num post

 
Se há anos que não dão para esquecer, este é um deles.
É daqueles que mais tarde obriga a ter na garrafeira um Porto Taylor's Vintage 2016. 
O início do ano não perspectivou nada de bom. Estava em execução um plano para acabar com uma boa parte das vivências dos anos 80. A 10 de janeiro morria David Bowie, cantor britânico que marcou gerações, incluindo a minha. Músicas como Space Oddity, Let's Dance e Under Pressure, que escreveu e compôs em parceria com os Queen, tornaram-se intemporais.
 A 19 de janeiro morria Glenn Frey, guitarrista e fundador dos Eagles e do seu Hotel Califórnia.
Em 21 de Abril continuava a razia aos anos 80 com a morte de Prince, um dos músicos mais multifacetados de que há memória. Músicas como Purple Rain e Get Off, foram algumas das mais ouvidas que este senhor compôs.
A 7 de Novembro despede-se da vida Leonard Cohen. O seu trabalho marcou muito a geração dos meus pais, o que por si só, já obrigava a uma injecção constante nas viagens de carro (andava lado a lado com os Iniciadores e os Tri Odemira).
 Foi impossível não fazer parte da minha adolescência.
 O triângulo das bermudas de 2016 culminou com a morte de George Michael a 25 de Dezembro e de Carrie Fisher, a princesa Leia de Star Wars, a 27 de Dezembro.
 Foi uma autêntica limpeza à melhor geração de sempre, perdoem-me os que têm opinião diferente.
 Mas não são estes acontecimentos menos felizes que fazem deste ano um ano memorável.
A lareira no Alentejo numa casa humilde com mesa farta, deu o mote para o que seria um bom ano. Foi assim que, ao som das armas dos caçadores e dos foguetes discretos das aldeias vizinhas, se deu a passagem de 2015 para 2016. Soube tão bem aquele fim de semana que este ano ficou decidido um dejávu.
 Depois veio o fim de semana entre amigos pelas águas do Paiva. O objectivo, fazer os passadiços com o nome do rio, por paisagens de deixar de queixo caído o menos impressionável dos seres. A casa onde ficámos deixou memórias que não se apagam qual cópia a papel químico. 15 pessoas, 15 loucos, 15 sonhadores. Uns mais que outros, era eu o pior(ou melhor) deles.
Após uma semana de chuva, o sol veio receber-nos de forma tão hospitaleira que até deu direito a banhos de piscina, gelada por sinal, no domingo de manhã.
 Pelo meio, demos um saltinho ao Porto para enchermos o coração com o calor de uma das cidades que melhor pratica a arte de bem receber.
 A paisagem, os cheiros e a genuinidade das gentes, conjugada com o fumegar de uma francesinha acabadinha de fazer no Café Santiago, tornaram aquela cidade um dos locais mais emblemáticos das minhas vivências. 
Esta visita relâmpago serviu para alimentar o desejo de voltar, o que viria a acontecer em Junho, desta vez de forma mais demorada e, por sua vez, prazerosa.
 O passeio no Douro com viagem de comboio até à Régua e volta de barco, ao sabor da brisa que o rio emanava e de um cálice de Vinho do Porto que teimava em encher ininterruptamente, tornaram aquela vivência inesquecível. Depois vieram os passeios pela ribeira, a beleza inconfundível dos jardins do Palácio de Cristal, as lojas da Rua de Santa Catarina, o mercado do bolhão, os petiscos da Taberna Santo António, a francesinha do Capa na Baixa (filial do Capa Negra), a noite nas Galerias de Paris, a corrida matinal desde a Batalha até à Foz, ainda com a cidade meio a dormir, e...
mais vinho do Porto, tornaram aqueles dias mágicos.
O Agosto, tipicamente português, foi pelo Minho e Trás- os-Montes com o sabor do bacalhau à minhota em Viana do Castelo e da Posta Mirandesa do Restaurante o Abel, em Gimonde, Bragança. Come-se bem em todo o Portugal, mas no norte a história é outra. Sabores intensos, ricos em história e em vontade de fazer os outros felizes, faz desta região a mais apetecível à mesa.
 De volta a casa, a visita de uns amigos da Bélgica obrigou a um roteiro turístico por Lisboa e arredores, o que fez lembrar vivências de outros tempos pelas praias da Arrábida, Sesimbra e passeios pela linha de Cascais, que misturados com o francês debitado, levou-me por uma viagem imaginária pela riviera francesa, com todo o seu charme e glamour.
 Algumas destas vivências, e outras tantas, tornaram-se especiais não só pelos locais visitados mas, acima de tudo, pela companhia que partilha connosco tais momentos. E é essa companhia que torna esses momentos bons, únicos e memoráveis. 
E é aqui que entra o ano de 2016 como um ano inesquecível.
 Daqui a 10 anos vou procurar o Taylor's Vintage para comemorar tão boas recordações e espero fazê-lo na melhor das companhias.
  
 
 

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