Como em todos os trabalhos há sempre alguém que chega mais tarde sem dar cavaco a ninguém e se reagrupa como se fosse um pardal que por breves momentos fugiu ao bando.
Nesta visita guiada vou apresentar-vos as personagens que fazem deste lugar um trabalho como outro qualquer.
Este é o Luis, o desportista cá do sítio. Se exercitasse tanto a cabeça como exercita o corpo era uma pessoa impecável.
Ali está o Miguel. É o oposto do Luís. Desporto só se for do sofá para a cozinha e vice-versa. É um gajo fixe, às vezes estica-se um bocado nas conversas mas quem é que de nós não se estica?
Junto com eles, trabalha o Tó, o sujeito das piadas de cariz sexual, afinal em todos os trabalhos tem de haver um.
O mais assertivo deste primeiro grupo é o Antunes. Um gajo porreiro, que leva a vida na dele, dá as suas piadas, mas não entra em excessos e não alimenta a polémica. A trabalhar tem um défice de oxigénio, mas isso só prova que gosta de cumprir com a sua obrigação.
Mais ao fundo da nave temos o Rodrigo. Excedesse tanto nos pormenores das suas histórias que fomos todos obrigados a aprender a nadar para evitar uma morte trágica por afogamento no local de trabalho.
O José já só pensa na reforma. Também não é para menos. Quando a idade já pede descanso, ele vê-se obrigado a provar todos os dias a razão do seu salário.
Sozinho no fim do mundo temos o Vasco. Não se mete com ninguém mas todos se metem com ele. Leva a vida tão na descontra que às vezes até se esquece do que tem de fazer.
A montante temos o Silva, o frasco de veneno cá do sítio. Consegue por palavras controlar as mentes mais incautas (para não dizer mais fracas). E ele sabe bem escolher as suas presas, tanto que não dispara em todas as direcções. Junto com o Luís e mais um ou dois formam um conclave papal.
A jusante temos o Ferreira, um cota que faz mais barulho do que a sirene dos bombeiros. Gosta de partir a louça toda mas na verdade é meigo como um cordeirinho. O seu colega é o Pereira, o dom Juan da parada, que suscita muitas invejas entre os prevaricadores mais antigos e os que gostavam de prevaricar mas não tem tão rara habilidade.
À margem deste pessoal está a varanda da conspiração. É ali que se fala bem de tudo e mal de todos. Os seus naturais são o Manuel, um sujeito de quase 60 anos que tenta manter um corpo de 40, que lhe fica bem por sinal, mas que tem a moleirinha feita em baba de camelo, resultante da vizinhança. Co-habita com a Josélia, uma cinquentona com aspecto de 40 anos, que só ela vê. Perspicácia é deficitária naquele reino, dai ser um local privilegiado para o Silva atacar, mas pode ser que o tempo mude isso.
Quanto a mim, essa caracterização deixo para vocês no espaço para comentários.
Mas lembrem-se que este blog ia retratar o viver com todas as suas experiências, realizações, erros e emoções.
Se me julgarem demasiado crítico, perdoem-me. Mas faz parte do viver.
Bom trabalho a todos!
Nota: este post é meramente humorístico não visando pessoas ou entidades.
Sem comentários:
Enviar um comentário