Quando achares que o Alentejo é plano, vem fazê-lo de bicicleta e a tua opinião muda. Foi isso que constatámos nesta etapa da nossa aventura pela nacional 2, aquela que terá sido a mais desafiante até agora. Isto pode parecer um clichê, pois disse isto pelo menos mais uma vez, mas atravessar quase todo o alto e baixo Alentejo num único dia e quente por sinal, é no mínimo desafiador.
Saímos de Mora com um objectivo bem delineado, chegar o quanto antes a Montemor-o-Novo. Mas a paisagem alentejana depressa criou em nós o desejo de dar uso à máquina fotográfica do telefone.
Como se isso não bastasse, cruzamos o quilómetro 500 que estava bem visível na freguesia de Ciborro. 500 quilómetros de aventuras, de desafios e de paisagens motivadoras. Estes já ninguém nos tirava.
Apesar do desgaste físico estava a saber mesmo bem pedalar pela fresquinha com aquela paisagem no horizonte. E foi assim que chegámos a Montemor.
Resabastecidos, outro objectivo tinha sido delineado, chegar ao Torrão.
Esta parte do percurso foi bem mais dura, com o calor a apertar e sempre num sobe e desce constante.
Contudo, todo este esforço foi recompensado pra forma como fomos recebidos pelo presidente da junta do Torrão, que fez questão de nos receber no seu gabinete e tirar uma foto para a posteridade. Ainda nos deu dicas do que comer e o que fazer por ali. Pena que a câmara municipal de Alcácer do Sal, à qual pertence esta freguesia, não tenha uma atitude idêntica.
Saímos do Torrão de barriga e coração cheio em direção a Ferreira do Alentejo onde chegamos antes do previsto. Talvez porque finalmente tinha chegado um pouco do Alentejo plano.
Estávamos desgastado e com quase 130 quilómetros nas pernas mas a pressa de cegar levou-nos rapidamente ao nosso destino. Foi com grande desgaste e dores em quase todas as partes do corpo que chegamos ao Monte dos Poços. Mas a piscina que nos aguardava, esta sim planeada, ajudou-nos a recuperar forças.
Repusemos energias numa carne que é rainha no Baixo Alentejo, o porco preto. Muito bem confecionado na cozinha do monte.
Este foi um dia de emoções fortes em que o desgaste físico e emocional nos pôs à prova. Mas esta já foi superada.
Amanhã será a última, conseguiremos chegar a Faro? Assim desejamos. Um dia de cada vez.
Sem comentários:
Enviar um comentário