Acordei calmo e sereno, mas com um senso de responsabilidade bem apurado pela seriedade do que estava para vir.
O dia vestido de azul permitiu ao sol vir testemunhar tão memorável acontecimento.
Ia nascer mais uma criança. Mas não uma criança qualquer. Era a minha criança. A minha filha, a minha maior motivação. Seria talvez o dia mais feliz da minha vida.
Parece chocante não dizer com toda a certeza que este era o dia mais feliz de todos. Mas a verdade é que sou feliz e pronto. A felicidade é uma constante. Sempre feliz, sempre criança, sempre eu. Mas essa vivência vou deixar para outra altura.
Tinha de estar na Maternidade Alfredo da Costa às 10 horas para poder dar uma força extra à Susana antes de entrar para o bloco.
Ia nascer de cesariana. A miúda era uma matulona!
Depressa a calma e a serenidade deu lugar ao pânico.
O raio do carro não pegou. Com tantos dias para falhar, tinha logo de ser no dia em que não me podia deixar mal. Felizmente, há amigos que o são quando mais precisamos. Um desses foi para o trabalho de autocarro para eu conseguir chegar a tempo e horas à MAC.
O átrio onde eu aguardava parecia um call center de futuros pais babados. Eu era mais um futuro pai chorão. O telefone toca, atendo, falo e choro. 5 minutos volvidos - toca, atendo, falo, choro. Parecia uma cena coreografada de um videoclipe qualquer.
Que belo pai estava ali! Pior ficou ainda quando as portas se abriram e saiu uma enfermeira com um bébé enrolado num cobertor e perguntou pelo pai da Adriana.
Aquela minúscula mão enrola-se no meu dedo assim que lhe toca. Foi das melhores sensações que senti. Mais uma vez não consegui conter as lágrimas.
Mas ser pai não se resume à vivência do dia em que os filhos nascem. Ser pai é estar presente quando, nos primeiros passos, ela cai. Ser pai é ouvir a primeira palavra, ser pai é cuidar quando nasce o primeiro dentinho, ser pai é acordar de noite quando a febre ataca ou o choro vem, ser pai é estar lá no primeiro dia de escola, ser pai é ser presente.
Ser pai é também estar longe por força das circunstâncias, ser pai é emigrar, ser pai é enfrentar o mundo, a distancia, a solidão, fazê-lo pelos filhos.
Ser pai é também errar, é não saber lidar com as situações, é tentar lidar.
Acima de tudo ser pai é amar. Eu amo-te Didi!!
.....muito bom, muito sentido, muito pai, hoje , no presente, no futuro , sendo o presente, o próximo milésimo de segundo, enfim, o hoje o agora e sempre, no cair, no levantar, no sorrir e no chorar, é bem......
ResponderEliminarObrigado Silvia. Também és uma boa mãe.
ResponderEliminarÉ o AMOR maior! Incondicional, incomensurável...até ao fim e mesmo depois disso!
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